Não sei se as pessoas me entendem bem, mas meus textos têm uma sincronia que só eu entendo, cada parágrafo ou verso que escrevo tem um modo de ler, um tempo, um momento, uma lembrança. Na verdade acho que só escrevo pra eu entender, pra eu lembrar, pra eu poder sorrir no final.
Normalmente elas gostam (ou fingem), mas não tanto quanto eu. Escrever virou o meu refugio nos dias nublados, nas aulas chatas, nas horas que o coração aperta e a alma quer fugir um pouquinho de mim. Já não consigo refletir sem escrever ou pensar sem recitar, troquei a terapeuta por um bloco de papel, uma caneta e uma musica ambiente. Tenho amigos que não compreendem as horas em que digo “tive uma idéia pra um texto” ou quando começo a escrever em qualquer papel que eu ver pela frente.
Não tenho mais idade parar atravessar a rua pisando nas faixas brancas, nem sair rodando o vestido pelas ruas, então não se assuste se me ver passeando pela rua olhando para o céu azul ou as casas antigas da cidade, só estou imaginado como deveria ser o passado e se tudo se ajeitava como hoje. Quem sabe as pessoas sofriam menos, eram mais felizes e havia mais amor, quem sabe nasci no tempo errado, minha eterna preguiça me deixou alguns anos atrasada pra nascer, mas estou aqui, meu tempo é o agora e é sobre ele que vou continuar escrevendo, pensando e mudando.
Enquanto os anos forem passando, a vida for fazendo sentido e novos destinos forem surgindo continuarei com meu modo meio certo meio errado de continuar sobrevivendo, portanto não me julgue não me ache uma louca ou estranha demais, eu só faço o que gosto e para essas coisas não há julgamento.